sexta-feira, 10 de abril de 2020

Papa ameaçou excomungar quem dissesse que não era pecado grave.


Por que os católicos não comem carne às sextas-feiras santa?

Abster-se de carne na sexta-feira é uma prática  da Igreja  catolica e no seu argumento é que todos os cristãos catolicos precisam levar uma regra básica da espiritualidade cristã.

Por meio de tal prática é que se pode alcançar com frutos a virtude da temperança, definida pelo Catecismo da Igreja Católica como sendo a "virtude moral que modera a atração pelos prazeres e procura o equilíbrio no uso dos bens criados.

Tomás de Aquino filosofo catolico nascido no seculo 12  diz que o jejum foi estabelecido pela Igreja para reprimir as concupiscências da carne, cujo objeto são os prazeres sensíveis da mesa e das relações sexuais.

Importante recordar que, na época de Tomás, a disciplina exigia esta prática não só na sexta-feira, mas também na quarta e, além da carne, englobava os ovos e os laticínios; a Igreja do Oriente, inclusive, permanece com esse costume.

Os Padres também incentivaram sobremaneira este hábito que acabou se consolidando. No entanto, na Idade Média, o Papa Nicolau I, no século IX, instituiu como lei aquilo que era somente um costume. E, assim, a penitência passou a ser obrigatória para todos os cristãos  catolicos a partir da idade sete anos.

Como a Igreja tem seus altos e baixos, tal costume foi deixando de lado  com o tempo, e  inclusive, os fiéis catolicos passaram a se questionar acerca da obrigatoriedade da abstinência na sexta e se a não observância desta ordem se constituía um pecado mortal ou leve. Diante disso, o Papa Inocente III, no século XIII, decretou que realmente é pecado grave. E no século XVII, o Papa Alexandre VII ameaçou  excomungar quem dissesse que não era pecado grave.

Essa foi a disciplina até 1983, quando houve a promulgação do novo Código de Direito Canônico. No cânon 1251, lemos que é obrigatório fazer “abstinência de carne ou de outro alimento [...] em todas as sextas-feiras do ano, a não ser que coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades". Com relação a este cânon, a CNBB afirma que o fiel católico brasileiro pode substituir a abstinência de carne por uma obra de caridade, um ato de piedade ou ainda trocar a carne por um outro alimento.

Atualmente, a exigência da lei é para aqueles que já completaram catorze anos de idade e não a partir da idade dos 7 anos, como era no início.

Abster-se de carne e jejuar na sexta feira, além de fazer bem para a vida espiritual do fiel catolico, pode ser uma ocasião de testemunho e de catequese para outros.

Referências

Catecismo da Igreja Católica, Edição revisada de acordo com o texto oficial em latim, 9ª edição, número 1809.

Nenhum comentário: