Considerações políticas acerca das Eleições Presidenciais 2014
Nunca fui partidário e nem pretendo ser. Sou individuo político, como todos são, apesar de muitos não aceitarem essa verdade. Minha idade me permite emitir algumas opiniões sobre o momento que estamos presenciando – co agonia, irritação e desconfiança. Ainda que essas opiniões não sejam relevantes para alguns, pretendo assim mesmo expô-las, principalmente para os mais indecisos.
Vi meu país passar por diversas etapas dentro do cenário político. Vi a luta pela democracia, pelo voto direto, pela constituição, mesmo que não entendesse tudo aquilo. Vi recessões, peguei fila em supermercados, padarias, açougues e outros estabelecimentos para comprar comida, pois faltavam esses alimentos em todo o país. Vi a inflação subir absurdamente a cada dia, limitando o povo a viver dignamente. Vi um presidente ser deposto do poder através da manifestação popular, porém muito mais pela pressão da mídia e de outros ‘poderosos’ que se aproveitaram daquele momento inédito. Vi o crescimento gradativo da economia, o aumento do salário e o fortalecimento da moeda nacional. Vi também, inúmeras greves e manifestações de rua.
Apesar de tudo isso, uma das coisas mais significativas que vi nesses últimos anos foi um operário assumir a Presidência da República. O país inteiro vibrou com essa conquista. Foi minha conquista também. Fui e sou trabalhador desde meus 15 anos. Aquele operário trouxe a esperança para um Brasil que ainda engatinhava nos processos democráticos. Ele fez sua parte. Nos representava. Era dos nossos. Errou também. Errou muito! Porém, quem não errou? Chegou o tempo dele deixar o poder, e em meio às crises dentro do seu partido, ele indicou para sua sucessão uma pessoa que não nos representava. Devido à sua popularidade, ela ganhou e está conseguindo deixar uma mácula dolorosa nos valores da nossa sociedade.
Nossa presidente não conseguiu manter o mesmo trabalho do seu antecessor. Por mais que em alguns aspectos o Brasil tenha tido uma notável mudança, em outros, e para mim os essenciais, nós perdemos e muito. Refiro-me aos valores de uma sociedade que estão sendo lançados ao lixo, não por motivos de amadurecimento, como sugerem alguns países ditos de primeiro mundo, mas através de políticas públicas que desprezam o ser humano em sua totalidade ao mesmo tempo em que o ilude com a antiga ‘filosofia’ do ‘circo e pão’. Valores que são primordiais para um equilíbrio social adequado, onde se respeitam as raízes de nossa caminhada histórica tendo a família como centro, e não a máquina pública, com todos os seus aparatos desagregadores.
Não podemos aceitar que leis que destruam nossas famílias, nossas crianças, nossos jovens e nossa fé sejam criadas e aprovadas, simplesmente porque agradam aos estatutos de um partido que tem mostrado sua face destrutiva a cada dia. É visível a tentativa de implantar uma cultura de opressão, de imposição e de manipulação daquilo que temos como base de educação do nosso povo brasileiro.
Somos um povo simples, honesto, trabalhador, acolhedor e temos registrada em nossa história a luta para sobrevivermos às opressões das diversas formas (econômica, ideológica, religiosa…) e hoje mais uma vez nos é apresentado um governo que insiste em apresentar um caminho de desesperança.
Sinceramente não posso afirmar que o outro partido ou possível presidente não fará a mesma coisa, mas sei perfeitamente que apoiar o que ai está é contra meus princípios, e sem medo digo que são princípios que herdei de minha família e da minha fé católica. Porém, não faço e nunca fiz o papel de proselitista, mas valorizar a vida é dever de todo ser humano de bom senso. A nós brasileiros, não são suficientes as “bolsas” que tem sim seus méritos, mas cada uma tem seu preço, aliás, um preço muito alto.
Não posso apoiar esse governo! Não posso ser condizente a um grupo que pretende ficar mais quatro anos alargando sua dinastia obsessiva pelo poder. Esta presidente não entrou pela porta da frente nesse governo. Não foi convidada, mas empurrada e que agora deixa desmascarar toda a podridão que está por detrás de seu partido. Não desmereço sua luta no passado, sua história e seus méritos outros, mas o que ela e seu partido tem feito com o Brasil não merece o meu respeito.
O que temos visto é um governo que administra pra o seu próprio partido. Que distribui os lucros entre si. Que faz campanha para livrar seus criminosos da cadeia. Que inocenta e trata como heróis os corruptos que nem sequer foram expulsos da legenda partidária! Não posso ser condizente com essa triste realidade. O povo com comida na barriga, mas tendo que engolir essa farsa de governo. Não apoio e não aconselho a fazer o mesmo.
Aprendi que muito mais do que carro e comida devemos lutar pelos valores (verdade, honestidade, respeito, luta pela vida), pois serão eles que realmente mudarão esse país. O que essa presidente tem feito é roubar nossas esperanças por um país melhor. As obras assistencialistas que tanto propaga, não tem chegado ao âmago do brasileiro, pelo contrário, tem nos deixado com muito mais fome de existência.
Quem nos garante que com o outro candidato tudo será melhor? Ninguém. Infelizmente tenho que concordar que nossas opções são escassas, mas ao menos sei que não terei que aturar toda essa arrogância petista que tem se levantado nos últimos anos, principalmente com a atual presidente. Levando em consideração que já estão doze anos no poder não serei cúmplice de uma perpetuação desse poder que não tem feito o bem que esperamos para nosso povo. Portanto, entre o ERRADO e o INCERTO ficarei com a segunda opção.
Termino enfatizando que não sou partidário, porém tornei-me um antipartidário – pelo menos temporariamente – por conta dos fatos já citados. Se for para votar em alguém do PT, em outras ocasiões até assumiria com firmeza meu voto, mas enquanto se perpetuar essa luta para tornar nosso país num reduto de corruptos e destruidores de valores humanos não me aproximarei dessa legenda. Quero mudanças e creio que isso é possível. E se essas não acontecerem nos próximos quatro anos, estarei aqui novamente para manifestar minha luta por um povo mais feliz e esperançoso.
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